Kits APE: O outro lado da distribuição de medicamentos essenciais até a última milha

Novembro 16, 20210

Garantir que medicamentos e produtos afins cheguem até a última milha, constitui a visão da Central de Medicamentos e Artigos Médicos, um processo cuja eficácia torna-se, nalguns casos, comprometida mesmo com a adopção da terceirização dos serviços de transporte, seja terrestre, aéreo ou marítimo.

As barreiras geográficas agudizam a vulnerabilidade das zonas mais recônditas no que ao acesso à assistência médica e medicamentosa diz respeito. Por conta disto, tende a crescer o número de mortalidade infantil, materna e neonatal, já que o percurso até à unidade sanitária mais próxima é longo.

É neste contexto que é invocado o heróico papel dos Agentes Polivalentes Elementares (APEs,) cuja principal missão é promover o acesso aos serviços básicos de saúde, cobrindo deste modo, as comunidades que se encontram nas zonas mais remotas do país.

Para ser um Agente Polivalente Elementar o voluntário precisa saber pelo menos ler e escrever devidamente e passar por uma série de formações intensivas de quase seis meses em promoção da saúde, assim como em diagnóstico e tratamento de doenças preveníveis e tratáveis, incluindo as três principais causas de morte: malária, pneumonia e diarreia.

Este é geralmente eleito pelos membros da sua comunidade por reunir requisitos e/ou postura ideal para desempenhar aquele papel.

Assim, entende-se que o APE está capacitado para responder com prontidão às preocupações da sua comunidade, antes de encaminhá-los à uma unidade sanitária, caso a gravidade da doença o obrigue.

Além de receber os pacientes que procuram por assistência na sua residência, o APE tem também a missão de efectuar visitas domiciliares aos membros da sua comunidade como forma de dar acompanhamento ao estado clínico dos mesmos. Em Moçambique, existem cerca de 7748 APEs.

O trabalho do APE depende essencialmente de dois tipos de kits, nomeadamente, kit APE e APE-AL. O primeiro é composto por medicamentos e produtos essenciais básicos (paracetamol, sal ferroso, mebendazol, adesivo, algodão, envelopes plásticos para embalar comprimidos, entre outros), já o segundo tem como composição testes de diagnóstico rápido de malária  e seus respectivos tratamentos.

Neste contexto, é importante referir que apenas os kits APE-AL (específicos para o tratamento da malária) é que são preparados pela Central de Medicamentos e Artigos Médicos, por intermédio do Armazém Central da Machava, com o apoio do PSM, diferentemente dos kits APE que, além de chegarem prontos ao país para o seu aviamento, são adquiridos semestralmente com fundos do Orçamento do Estado.

Contudo, tanto o kit APE, quanto o APE-AL complementam-se, na medida em que o processamento do número dos kits APE-AL é proporcional ao número dos kits APE.

Cabe, portanto, ao Porgrama Nacional do Controle da Malária fazer a quantificação dos kits AL, que chegam ao país por via portuária e são enviados directamente às províncias.

Destaca-se, como uma das maiores vantagens da operacionalização dos APEs a certeza de que os medicamentos e produtos básicos de saúde chegam efectivamente às zonas onde não há cobertura sanitária.

Importa realçar que neste momento decorre, no Armazém Central da Machava, o processo de preparação dos kits AL para Nampula, depois de terem sido enviados ainda este ano, ao Armazém Intermediário de Chimoio e aos Depósitos Provinciais de Medicamentos de Cabo Delgado e Niassa.

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